Audiência Pública com o CNJ em Mato Grosso

Audiência Pública com o CNJ em Mato Grosso

Servidores do Judicário querem audiência pública com CNJ, em MT, e podem parar a partir do dia 28


A decisão foi tomada em assembléia geral extraordinária, realizada na tarde desta terça-feira (06.10), na sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Por unanimidade, servidores do Poder Judiciário votaram pela paralisação geral por tempo indeterminado, a partir do dia 28 de outubro, caso o Conselho Nacional de Justiça não atenda o requerimento de uma audiência pública em Mato Grosso. A proposta da audiência é discutir o desrespeito aos direitos dos trabalhadores por parte da direção do Judiciário.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues, estará em Brasília nesta quarta-feira (07.10), e tomará as primeiras providências. A solicitação será feita por uma caravana de 50 servidores que irá até à sede do CNJ, no Distrito Federal, para mostrar a indignação e o descontentamento com o descaso da administração. “Vou tentar agendar com o corregedor Gilson Dipp, para que nos receba e viabilizar essa audiência para dar um basta nessa situação”, argumentou o presidente.

Os servidores esperam uma solução por mais de três meses. No mês de julho, com a vinda dos representantes do CNJ ao Estado, a atual administração se comprometeu em solucionar o pagamento dos passivos atrasados e outras pendências. Para isso, seria feito um estudo com a participação dos servidores (por meio do Sinjusmat). Segundo Rosenwal, o TJ/MT não cumpriu o prometido, o Sindicato não participou de nada. “Demos um voto de confiança para a diretoria, mas só prometeu e não cumpriu, disse que faria com urgência e nada aconteceu até agora, três meses depois”, destacou o sindicalista.

“A negociação não avançou, os diretores do TJ não tomam providências e a revolta é geral. O CNJ passou a ser a única esfera que ainda tem credibilidade e respaldo para buscar o entendimento”, argumentou

Um grupo de 17 servidores de Tangará da Serra participou da assembléia que lotou a plenária. A revolta é unânime, as irregularidades vão desde achatamento salarial até a falta de servidores, passando por direitos adquiridos que não estão sendo respeitados pelo Judiciário de Mato Grosso.

A situação está tão grave, que em Tangará da Serra os funcionários estão sendo impedidos de tirar férias, pela escassez no quadro de pessoal. “Não podemos usufruir do nosso direito. Nem férias, nem licença-prêmio, está sendo tudo indeferido”, informou o presidente da Associação dos Servidores da Justiça Oficializada da Comarca de Tangará da Serra, Marcos Antônio Detoffol.

Na assembléia foi aprovada por unanimidade que acabe o desvio de função, a categoria autorizou ainda o Sindicato a entrar com pedido ao CNJ para que seja feita uma varredura no Judiciário mato-grossense e todos que estejam nessa situação retorne para o lugar devido.

Marta Maria Alves Fraga, servidora há 30 anos, expõe a angústia que se tornou a carreira no Judiciário. “Temos colegas com problemas sérios, só este ano foram dois cortes no salário, em alguns casos. Não respeitam direitos básicos, sem falar na falta de servidores”, disse a servidora.

A Presidência do Sinjusmat.
Por Cirlene Lopes (Comunicação do Sinjusmat).

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